Um arco-íris duplo

Olá leitores!

Olhando algumas fotos antigas, descobri uma que daria um post!!
Veja essa imagem, de um arco-íris duplo ou secundário, tirada por mim na cidade de Vitória - ES, em 2012:

Os Arco-íris já foram tema de um post do MICROSCÓPIO em 2011 (confira AQUI), onde eu expliquei como esse fenômeno acontece.

Agora, temos aqui um fenômeno ainda mais raro - o arco-íris duplo. Por isso quero que seus olhos atentos observem a foto e me respondam:

"Qual é a primeira cor do arco-íris?"

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Se você olhou pro arco-íris da direita, a cor que vem primeiro é o vermelho. Mas se você olhar atentamente pro arco-íris duplicado, à esquerda, a primeira cor é o azul. As cores são invertidas no segundo arco.

Outra coisa que quero que vocês reparem é que o céu entre os arcos é mais escuro. Essa é a chamada banda escura de Alexandre (descrita pela primeira vez pelo filósofo grego Alexandre de Afrodisías). Além disso, o arco-íris secundário é mais fraco, porém mais alargado que o arco principal.

Gostou?

Agradeça às gotas de água e à luz do sol (luz branca) que sofrem refração (entrada na gota) e depois reflexão (como em um espelho). No caso do arco-íris secundário, a luz entra na gota por um ângulo específico e diferente do ângulo em que entra nas gotas do arco-íris principal. Dentro da gota, essa luz sofre reflexões e por isso vemos as cores invertidas.

Entenda o esquema abaixo: o número 1 representa a gota de água; o número 6 a luz do sol que entra na gota e sofre as refrações e reflexões; o número 4 da esquerda é o arco-íris principal; o 4 da direita, o arco-íris secundário - com as cores invertidas.

Beijos e até a próxima!

O resgate da coruja

Hoje, um colega biólogo, chegou ao nosso local de trabalho carregando essa corujinha linda:

Ele a resgatou de uma praça, onde alguns tratores e homens faziam o trabalho de cortar a grama. O filhote indefeso estava no chão e como não foram avistados o ninho, nem os pais, ele optou por tira-la de lá.

Todos nós ficamos sem saber o que fazer numa situação dessas, dependendo do caso o melhor a fazer é deixar o filhote onde está e deixar a natureza - seus pais podem estar por perto - agir. Mas hoje, a pequena coruja provavelmente seria esmagada pelas máquinas e por isso ela foi resgatada.

Mais tarde nós fomos procurar o ninho, mas não encontramos nada. Não sabemos como ela foi parar no meio da praça, mas fomos orientados a devolve-la ao local onde foi encontrada. Provavelmente essa é uma Corujinha-do-mato (Megascops choliba).

Nenhuma pessoa pode criar animais silvestres em casa sem um autorização do IBAMA. Essa atitude é considerada crime. O IBAMA recomenda que os animais silvestres encontrados na área urbana, ou seja, nas cidades, sejam encaminhados aos Centros de Triagem de Animais Silvestres - CETAS.
Leia mais informações sobre os CETAS clicando AQUI.

Apesar de lindos e fofos, o ambiente doméstico não é o ideal para os animais silvestres resgatados. Se passar por uma situação parecida, procure o Centro de Triagem mais próximo de você. Veja alguns exemplos clicando nos links abaixo. Aproveite para entender melhor o trabalhos desses Centros e colabore disseminando informação.

R3 ANIMAL - Florianópolis, Santa Catarina

ASSOCIAÇÃO MATA CILIAR - Jundiaí, São Paulo

CRAS - São Paulo, São Paulo

Vamos recomeçar?

E de repente, 2 anos sem postagens.

Além do pedido de desculpas, cabe aqui um explicação sobre o que andei fazendo nesses últimos 2 anos, nos quais o Microscópio Colorido ficou quase em preto e branco.
Vida de doutoranda não é fácil. Na verdade agora posso dizer que não foi fácil. Um projeto de pesquisa envolve muita dedicação e uma capacidade incrível de lidar com erros e acertos, tendo que superar muitos momentos de frustração. Mas no final é uma grande alegria. Uma sensação de dever cumprido e sonho realizado.
Com a vida mais calma e um empurrãozinho do namorado, decidi que era a hora de voltar a escrever.

Um Gambá internacional!

O post anterior foi muito importante pro MICROSCÓPIO.
Por dois motivos:
1. marcou a retomada em escrever para o blog;
2. teve uma repercussão internacional.

Vou explicar melhor essa segunda frase. Tenho amigos brasileiros morando por todo o mundo: Holanda, México, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. Muitos deles acompanham o blog porque tem filhos pequenos e hoje tive uma grata surpresa quando uma dessas amigas me mandou uma foto.

Quando eu publiquei a história do gambá do meu quintal, ela na hora se lembrou de um animal que havia encontrado em uma praça na cidade de Austin, no Texas, Estados Unidos. Ela me disse: "realmente não sabia que um gambá era assim". E o MICROSCÓPIO ajudou-a a desvendar o mistério. Vejam a foto do gambá texano abaixo:

Agora, eu quero saber porque esse gambá é tão branquinho?
Quem tiver um palpite pode escrever nos comentários.
No próximo post eu respondo a pergunta!

Créditos da foto: Gabi, Dani e Rebecca. Obrigada!

Contos do quintal-parte 2 (O gambá)

Queridos leitores,

Quem já viu um gambá? E eu não estou falando do animal dos desenhos da Disney, que é preto com a faixa branca no dorso e se chama na verdade cangambá. Estou falando do gambá verdadeiro, o gambá brasileiro.

Nosso gambá vive por todo o Brasil, na verdade por toda a América. Originalmente nas nossas matas, mas cada vez mais comum em nossas cidades. O gambá é um mamífero marsupial, o que quer dizer que faz parte da mesma ordem dos cangurus, ambos têm uma bolsa onde seus filhotes terminam de se desenvolver.

Mas a questão é: por que o gambá saiu da mata e veio parar no meu quintal? 

Cada vez mais nossas matas e florestas estão diminuindo. Queimadas, desmatamentos, construção de novas cidades, hidrelétricas, expansão agrícola, entre outras ações do homem estão destruindo o habitat natural desses animais e eles são obrigados a vir morar nas cidades.

Quando está na floresta, o gambá tem bastante comida disponível: ovos, pequenos animais, frutos. Sim, eles comem de tudo, por isso são chamados onívoros. Mas o que eles fazem pra encontrar comida na cidade?

Procuram no meu quintal!

Essa foto mostra as marcas das patas do gambá que anda procurando comida pelo meu quintal. Veja abaixo como são perfeitas pegadas de gambá:

Toda essa história é muito ruim para os animais. Porque nas cidades eles se arriscam no trânsito, comem restos de alimentos tirados do lixo e fica difícil encontrar uma parceira. Muitos desses animais são atropelados e acabam morrendo. 

Infelizmente, o gambá do meu quintal continua por aqui, se arriscando e me lembrando a cada dia que estamos ocupando um lugar que não era nosso, com nossas casas, carros e prédios.

Contos do quintal - parte 1

Casa com quintal é alegria. É certeza de diversão porque o quintal é fonte de inspiração pra quem quer ver a vida com olhos atentos e coloridos!

Vejam só o que encontrei no meu quintal essa semana:











São abóboras em crescimento! Há algumas semanas surgiram as primeiras folhas, que cresceram se espalhando sobre a grama, depois surgiram as flores amarelas e agora as pequenas abóboras estão crescendo!


Mas, quem plantou as abóboras no meu quintal? Alguém sabe ou suspeita de alguém?


Meus suspeitos número 1 são os passarinhos! As aves são muito boas plantadoras de sementes. Quando elas se alimentam de frutos com sementes, sua digestão não é completa e junto com as fezes, saem as sementes inteiras. As sementes são formadas por uma película bem dura, que impede que o papo, a moela e o proventrículo, o estômago, das aves a destruam (veja na ilustração como é o caminho da comida de uma ave).






RESUMO da história:

1. um passarinho comeu abóbora com sementes em algum lugar;
2. passou pelo meu quintal;
3. eliminou suas fezes por ali;
4. as sementes ficaram sobre a terra;
5. germinaram e cresceram;
6. novas abóboras surgiram;
7. para alimentar mais passarinhos;
8. que depois plantarão as sementes em outros quintais.

Morei 14 anos em apartamento, no quinto andar, em um bairro calmo de uma grande cidade. Mas depois que mudei para uma casa com quintal, descobri como ele é interessante e convidativo. Durante os 14 anos da minha vida em apartamento não perdi a oportunidade de usar o quintal-amigo, o quintal-vizinho, o quintal-avô... Faça o mesmo. Explore seu quintal ou o quintal de alguém e não esqueça de levar sua câmera fotográfica! Registre o que tiver de diferente, um dia pode ser útil para algum trabalho de escola, apresentação ou postagem de um Blog.

MICRObeijos

Quem comeu a minha folha?

Olá leitores!
Estavam achando que eu tinha abandonado o MICROSCÓPIO?
Nã, nã, ni, na, não! Aqui estou eu, de volta, com mais microscopices pra vocês.

Todos dias as pessoas fazem coisas da mesma maneira, acordam, tomam café, vão à escola ou ao trabalho, alguns vão ao inglês, outros à academia... e essas atividades diárias são chamadas de rotina. Cada um tem a sua. Na minha rotina, logo pela manhã, fico alguns minutos esperando meu ônibus pro trabalho. Para a maioria das pessoas, não há nada especial nisso, mas pra quem escreve num blog chamado MICROSCÓPIO COLORIDO  e tem o olhar atento e curioso, coisas muito especiais estão acontecendo.

Para começar, vamos relembrar que no dia 26 de fevereiro terminou o horário de verão. Realmente uma pena, porque eu gostava muito de sair no final da tarde e ainda estar claro e só escurecer lá pelas 20h. Só que pela manhã, pra quem acorda muito cedo o horário de verão não é tão agradável, porque às 6h ainda está escuro. Mas o tema de hoje não é esse!!! Clique aqui para saber mais sobre o horário de verão.

Na verdade eu só queria dizer que o horário de verão me fez mudar de lugar durante a minha rotina de esperar o ônibus. Logo nos primeiros dias após o fim desse horário, o sol às 7h30 da manhã já estava muito forte e fui me abrigar sob uma árvore... Vejam só o que eu vi:

As folhas estavam cheias de buracos. Haviam servido de almoço ou jantar para algum inseto. Mas ainda não havia pistas de quem teria sido o esfomeado.

O mais interessante foi que no dia seguinte, fugindo do sol novamente, descobri quem eram os vorazes e famintos comedores das folhas. Olha só que bonitinhos!

Por hoje é só pessoal. Beijos e até a próxima!